sexta-feira, 16 de março de 2012

Álcool e cigarro são as drogas que mais afetam as pessoas

Não é novidade que o álcool é uma das substâncias que mais mata no País.
Sua dependência gradativa traz transtornos a longo prazo que envolvem não só o usuário, como também seus amigos e familiares. Já o cigarro, que possui mais de 400 elementos tóxicos em sua fumaça, pode prejudicar tanto o fumante quanto a saúde de pessoas próximas, de forma passiva. O abuso no consumo de remédios emagrecedores e antidepressivos também tem sido observado por novos regulamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). No entanto, segundo profissionais da saúde, a mesma intensidade com que se olha para drogas ilegais (crack, cocaína e maconha - as mais usadas e conhecidas) falta ao uso desmedido das substâncias lícitas.

De acordo com o professor de farmacologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jorge Camilo Florio, é importante que o conceito de "abuso de drogas" seja compreendido como orienta a Organização Mundial de Saúde (OMS). "É considerado abusivo o uso de drogas que se desvia do padrão sociocultural aceito, isto é, tomar um copo de vinho que contém álcool não é abuso, no entanto, tomar meio litro de aguardente é", explica. Neste sentido, a dependência só existe quando há um comportamento compulsivo por tomar a droga, experimentar seu efeito psíquico e, somente às vezes, evitar o desconforto provocado por sua ausência.

"Hoje, a cocaína tem um número crescente de usuários. É preocupante, pois outras drogas são derivadas de sua base, mas o álcool também deve ser evitado. Existe uma tolerância maior sobre o alcoólatra do que sobre os viciados em cocaína. É possível encontrar bebidas alcoólicas em qualquer esquina, basta ter dinheiro e mais de 18 anos", considera Florio. Mesmo com a definição da OMS, o professor ressalta que é difícil diferenciar comportamentos. "É preciso ter cuidado para saber se um indivíduo é ou não viciado. Basicamente o viciado é capaz de qualquer ato para consumir a droga, mesmo que estes atos prejudiquem de forma marcante os cidadãos que estão à sua volta."

Em relação à pré-disposição ao vício, o médico explica que o assunto tem sido discutido, mas não há confirmações de que características individuais propiciem o aparecimento da dependência. "Porém, claramente é possível perceber particularidades no consumo do álcool, por exemplo. Muitas pessoas consomem com moderação bebidas alcoólicas, no entanto, só alguns indivíduos evoluem para o alcoolismo crônico." Segundo Florio, o primeiro passo para que um indivíduo seja candidato ao vício é o sentimento de grande prazer ao consumir algum tipo de droga.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

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